sexta-feira, 13 de junho de 2014

Lisarb

Em uma galáxia distante, havia um planetinha chamado Lisarb. Mas era um planeta tão pequenino que lá moravam apenas uma raça de seres inteligentes. Seres chamados Nômetros, os quais eram bastante parecidos com os moradores dos planetas vizinhos. Os Nômetros possuíam apenas uma cultura, uma bem diversificada, pois era derivada da absorção das culturas de Aporue, Acirfa e Aisa - planetas distantes - com a própria cultura nativa de Lisarb.

Entretanto, um planeta vizinho, o Auê, de tamanho igualmente pequeno a Lisarb, produzia uma quantidade enorme de cultura e tecnologia que exportava para os planetas vizinhos. Chamaram isso de Galaxialização. Os Nômetros adoravam tudo derivado de Auê. Gostavam tanto que, pouco a pouco, deixaram de divulgar e produzir sua própria cultura e tecnologia, incentivando o menosprezo pela produção interna. Os Nilhas, únicos habitantes de Auê, viam tal situação como simples negócios, ignorando Lisarb e menosprezando-os.

Um grupo de Nômetros, percebendo todo esse mal, resolveu lutar contra, tentando mostrar como a cultura e tecnologia deles era melhor que a estrangeira, ou pelo menos que a estrangeira deveria ser absorvida como outrora, e não substituída. Todavia, a maioria dos Nômetros ignoravam esse pequeno grupo, consumindo mais e mais o que vinha de Auê, fazendo tudo produzido por Lisarb moeda de troca para a tecnologia e cultura de Auê.

Um "bom" motivo para os Nômetros apreciarem tanto o externo era a facilidade em esquecer os problemas internos. Lisarb, então, começou a entrar em decadência, pois o sistema era precário e os Nômetros continuavam a exaltar Auê, sem tentar tornar melhor o próprio planetinha. Alguns mais inteligentes começaram a mudar-se para Auê, deixando os menos capacitados viverem em Lisarb.

Enquanto o pequeno grupo de Nômetros que valorizavam Lisarb morria de desgosto, o resto tentava mudar o nome do planeta para Auê II e pediam para Auê os ajudassem a resolver seus problemas. Os Nilhas, como sempre, os menosprezavam. Principalmente por considerarem um povo que não valoriza a própria terra, um povo desmerecedor de estima.

Nesse ponto, o sistema estava tão insustentável que Lisarb, ou melhor, Auê II, esgotou todos os seus recursos e os Nômetros sobreviventes não tinham escolha a não ser mudarem-se para os planetas vizinhos.

Hoje, tanto Lisarb quanto Nômetros deixaram de existir. Não que alguém se importe com isso.

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Não dá para melhorar o que é desvalorizado. Cuidamos do que gostamos, ignoramos o que desprezamos.

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